Monsanto #17
Vida de nossa senhora APL 445
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 125-126 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Sã Juquim e Sant’Ana no tinham familha e vei-l’aquela menima por mei de ma flor. A menina era muita linda, como nunca houve nim haverá. À idade de set’anos mandaram-na …
A stória do tobias APL 446
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 128-129 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Types: 507 A,
Havia um homa que se tchamava Tobias e era travalhador d’inxada. Naquele
tempo no interravam os mortos e deixévam-nos plo terreno afora. O homa vinha do travalho co a inxada …
Sã lázaro APL 447
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 129 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)O Senhôr Sã Lázaro era soltêro. Vivia com duas irmãs, Marta e Badalena. Era muito com Noss’Senhôr e cando andava por o mundo ia a vejité-los a casa.
Noss’Senhôr foi …
Sã marcos APL 448
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 130 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Era um homa casado e a mulher trocou-o por ma barreguéda de figos lambazes. Por isso diz o povo que o Sã Marcos que é-i-a vinte cinco d’Abril deit’às figos …
O Jasuíta APL 449
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 132 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Havia um homa que vivia num coléjo. Dêxou morrer dois companhêros sim os últemos sacramentos. Morreu e Noss’Senhôr no le pôde dar o Céu. O Senhôr mandou-o pr’àquele convento a …
A ponte d’alcantra APL 451
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 136-137 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)O imprêtêro foi prà fazer e apareê-l’um-damonho im fegura d’homa. Ele no sabia com’havi de fazer a ponte e o homa diz-l’assim:
— Êlha, dá-me tu a tu’alma qu’ê faço-t’a …
A campainha da ingreija APL 452
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 137 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)O noss’cabeço era muita rico. Na Laija do Pandão stavam lá mouras e mouros no tempo da mòrêma com meadas d’ouro stindidas na laija pra fazerem cabertores, e campainhas d’ouro. …
As mouras APL 453
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 137 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Mnha ti’Rosa, duma òcasieo, era pecanina e foi às gestas com outras catchopinhas, prà Senhôra do Pé da Cruz, e incontrou lá ma moura qu’era ma mulher muito pecanina …
O penedo que dou linho APL 454
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 138 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Um’òcasiêo, havia ma moura ali pró Rovim. Ia p’ra lá ma catchopinha co gado e todos os dias l’apracia aquela mulher muita linda. Ele dixe à mãe:
— Elhe …
A boa e a má hora APL 455
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão, Monsanto, Etnografia e Linguagem, Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958], 155 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Dum’òcasieo, mê pedrinho qu’era mê sogro, stav’à namorar nema casa. Foi-s’imbora e cando tchegou ò aidro, vi ma sombra branca muito alta, qu’er’á Boa Hora. Sobr’ela vei logo a Má …
O Cerco de Monsanto APL 654
DIAS, Jaime Lopes, Contos e Lendas da Beira, Coimbra, Alma Azul, 2002, 50-52 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)
Na planura que vai da cidade de Castelo Branco ao rio Erges e da serra da Gardunha ao rio Tejo, destaca-se, magestoso, grande, o castelo de Monsanto.
De passado …
Senhora do Bom Sucesso APL 655
DIAS, Jaime Lopes, Contos e Lendas da Beira, Coimbra, Alma Azul, 2002, 53-54 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Travava-se porfiada guerra entre Portugal e Espanha.
As povoações fronteiriças, que de há anos viviam no labor pacífico do amanho das terras, viam novamente os seus castelos e fortalezas ocupados …
Campainha de Bronze APL 659
DIAS, Jaime Lopes, Contos e Lendas da Beira, Coimbra, Alma Azul, 2002, 65-67 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)A caminho de sua casa, subia, monte acima, despreocupadamente, por mal demarcada vereda, honrado morador da freguesia de Santa Maria do Castelo de Monsanto.
Temente a Deus, ouvia falar, …
Lenda da Bezerra de Monsanto APL 2787
MARQUES, Gentil, Lendas de Portugal, Lisbon, Círculo de Leitores, 1997 [1962], Volume II, pp. 219-225 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Nesses tempos que se perdem nos longes da memória, era assim mesmo: o somatório dos anos não cansava os homens que se entregavam abnegadamente à defesa dos seus ideais...
Por …
Lenda da Campainha de Bronze APL 2822
MARQUES, Gentil, Lendas de Portugal, Lisbon, Círculo de Leitores, 1997 [1962], Volume III, pp. 97-101 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Há muito tempo já, governava o castelo de Monsanto um homem duro, resoluto, positivo nas suas acções, mas um tanto descrente das coisas divinas. Como o seu povo tinha por …
Monsanto APL 3327
PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de, Portugal Antigo e Moderno, Lisbon, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873], Tomo V, p. 414 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)É tradição que o nome de Vir-a-Corça, provem de que, ao eremiterio do santo [Santo Amador], vinha uma corça, amamentar um menino que elle achára e trouxe para …
Monsanto APL 3328
PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de, Portugal Antigo e Moderno, Lisbon, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873], Tomo V, p. 416 Monsanto (IDANHA-A-NOVA)Um individuo d’aqui, foi a uma horta, junto ao sitio chamado n’aquelle tempo Lages do Pendão, onde diz o povo que os mouros deixaram grandes thesouros encantados, e alli …