BRAGA 30 /149
O cadáver da alma penada não está na cova onde foi enterrado APL 1623
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 110-111 Briteiros (Santa Leocádia) (GUIMARÃES)Uma mulher que trazia em si um espírito, para provar que o tinha, desafiava a quem quer a que fosse ver se o cadáver estava na cova. O homem foi …
Conto? APL 1625
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 115-116 GUIMARÃES (BRAGA)Uma mulher que vivia no terreiro da Misericórdia (Guimarães), ouviu uma noite perto da meia noite, uma bulha na rua, como o de tinir de cadeias de ferro. …
Mão fria (mão de ferro) APL 1626
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 116 GUIMARÃES (BRAGA)Isto sucedeu, há poucos dias, para os lados de Santo Amaro. Havia uma boda, parece, em Santo Amaro e foi convidada uma cunhada da dona da casa para vir …
Aparição APL 1627
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 116-117 Briteiros (Santa Leocádia) (GUIMARÃES)Uma tal Chamoinha, de Santa Leocádia, tinha prometido a romaria à Senhora das Neves por bem da alma do marido. Chegou a romaria; ela não pôde ir e mandou …
Adro APL 1628
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 118 GUIMARÃES (BRAGA)Havia em certa aldeia uma rapariga muito afoita. Numa noite de esfolhada perguntaram-lhe se ela era capaz de ir ao adro da Igreja, e para desenganar os incrédulos, saiu da …
Alma penada APL 1629
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 119 GUIMARÃES (BRAGA)As lavadeiras do Campo da Feira juntavam-se todas, quando tinham de lavar à meia-noite (chegando antes), porque constava que por baixo da Ponte andava a alma duma ama de Vila …
O carneiro preto APL 1630
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 119 GUIMARÃES (BRAGA)Um sujeito dos lados da (Cruz da Argola) veio a Guimarães e só pôde retirar de noite. Passando pelo terreiro de Santa Clara viu um carneiro preto, e …
A grande mulher da mantilha preta APL 1631
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 119-120 GUIMARÃES (BRAGA)Uma beata, ainda hoje viva, levantou-se para ir á missa das Almas, a S. Paio mas enganou-se na hora. Quando chegou perto da Igreja, viu tudo fechado e só; mas …
A caveira a rir APL 1632
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 120 GUIMARÃES (BRAGA)Uma noite ia um aldeão por ao pé do adro da Igreja, quando viu uma caveira. O homem, que era destemido disse para ela que lhe não tinha medo.
“Pois, …
O galgo preto APL 1633
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 120-121 GUIMARÃES (BRAGA)A Margarida teve um criado, bom homem e nada imbecil, que morreu certamente de susto, ou antes de influxo dum susto incurável.
Dormia ele numa barra, quando uma noite, à …
Bruxas — velhas APL 1634
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 121 Ronfe (GUIMARÃES)Um criado velho da Margarida, indo acompanhando, de noite, uma parenta dele que de Ronfe seguia, a cavalo numa jumenta, para a Veiga do Penso, teve, bem como …
Bruxas a desapor os bois APL 1635
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 122 GUIMARÃES (BRAGA)Uma noite as bruxas deram com um lavrador que guiava um carro de bois. Ele viu-as saltar no jugo (luzinhas) e andou, andou toda a noite. Ao romper do dia …
Por baixo de silvais, etc. APL 1636
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 122 GUIMARÃES (BRAGA)Types: *746, 3045,
Era um moço que conversava uma de três irmãs. Todas elas tinham fama de bruxas. O moço foi uma noite falar com a conversada, mas esta pediu-lhe que se fosse …
Alma acompanha o corpo APL 1637
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 122-123 GUIMARÃES (BRAGA)A alma, que saiu dum corpo, tem permissão (de Deus) de voltar à terra — para o acompanhar de casa ate à Igreja. Foi assim que uma mulher ouviu …
[O Vulto] APL 1638
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 128 GUIMARÃES (BRAGA)No monte de Santo Amaro tem sido visto de noite e ainda há pouco tempo um vulto estranho: é um vulto duma altura desconforme, vestido duma como alva de padre, …
[O fantasma] APL 1639
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 129 GUIMARÃES (BRAGA)Morreu em qualquer parte um sujeito de péssima reputação. Logo que faleceu começou a inchar de tal modo que não cabia num caixão ordinário, sendo necessário mandar-lhe fazer um de …
O José da Rua APL 1640
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 129-130 GUIMARÃES (BRAGA)Irmão do Joaquim da Rua. Morreu de repente; o cadáver inchou e estalou-lhe a carne, caindo-lhe aos pedaços. A alma dele foi por muito tempo o terror da freguesia. …
Aparição APL 1641
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 130 GUIMARÃES (BRAGA)Um caseiro que foi da Margarida afiançava que juraria onde fosse preciso que vira o pai dela, depois de falecido, ir abrir as cortes do gado. O homem teve tal …
Almas do outro mundo APL 1642
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 132 GUIMARÃES (BRAGA)Na mata da Costa tem sido há dias ouvida uma alma penada que por lá geme, sem se saber o que diz. E o pai dum tal, que veio para …
[As missas do fantasma] APL 1643
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 132 GUIMARÃES (BRAGA)Os reservatários duma quinta comprada pelo Fortunato da Eira têm, aliás um deles, a fama de ter aparecido a um parente, pedindo-lhe que lhe mandasse dizer umas tantas missas e …
História de S. Romão da Citânia APL 1644
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 135-136 GUIMARÃES (BRAGA)Antes de ser santo, Romão convidou uma mulher para fins desonestos e foram para o monte. Procuraram um sítio escuro, mas a mulher não achava nenhum bom; dizia: “aqui vêem-nos” …
[O rapaz possesso] APL 1645
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 139-140 Briteiros (Santa Leocádia) (GUIMARÃES)Um rapaz de Santa Leocádia, caixeiro em Guimarães, vinha já depois das Trindades pelo Cano e vendo uma figura estranha em cima do tanque com uma luz na …
[Aparição] APL 1646
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 140-141 GUIMARÃES (BRAGA)O João da Telhada tem visto o Marques Lobo, mas como lhe não mostrou medo, o Lobo não se meteu nele. Meteu-se porém numa rapariga de Santa Leocádia, …
Navalha de aço, ou aço livra das bruxas APL 1647
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 145 GUIMARÃES (BRAGA)Numa casa em Guimarães sentiu-se bulha na adega. Um criado, conhecendo que eram bruxas, meteu uma navalha de aço no buraco da fechadura, e elas não puderam sair (sem isso …
Lume novo APL 1648
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 146 GUIMARÃES (BRAGA)Bom para afugentar o demónio e as coisas ruins. Exemplo: A tecedeira tendo de ir à Póvoa saiu daqui com o Francisco, correio de Braga, e para Braga, de …
[A alma do pai] APL 1649
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 147 GUIMARÃES (BRAGA)Requere-se uma alma para um sítio, por onde o requerente não passe. É um dos modos de se livrar dela, O pai da tecedeira perseguia-a, depois de morto; ela adoeceu …
[O “deixo” da bruxa] APL 1650
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 148 GUIMARÃES (BRAGA)As bruxas, antes de morrer, dizem “deixo, deixo” até que alguém lhe pergunte o quê. Se lho não perguntam não morrem. Sucedeu que uma era muito conhecida e ninguém lhe …
Novelos de bruxa APL 1651
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 149 GUIMARÃES (BRAGA)A bruxa não pode morrer sem que alguém lhe aceite os novelos e os cadilhos, que ela deixa. Quem lhos aceita, fica herdando a sua qualidade de bruxa; mas há …
Almas em volta da fogueira APL 1652
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 154 GUIMARÃES (BRAGA)Muita gente tem visto em volta duma fogueira, onde ninguém a espera de noite, umas sombras. São almas penadas. O João da Telhada viu isto perto da casa da Rua, …
Diabo nas pontes APL 1653
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 154 GUIMARÃES (BRAGA)O diabo aparece nas pontes. Uma noite passava por uma rapariga, e perguntando-lhe o diabo aonde ela ia, respondeu que servir uns amos a tal casa. O diabo disse-lhe que …