GUIMARÃES 30 /78
A caveira a rir APL 1632
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 120 GUIMARÃES (BRAGA)Uma noite ia um aldeão por ao pé do adro da Igreja, quando viu uma caveira. O homem, que era destemido disse para ela que lhe não tinha medo.
“Pois, …
O galgo preto APL 1633
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 120-121 GUIMARÃES (BRAGA)A Margarida teve um criado, bom homem e nada imbecil, que morreu certamente de susto, ou antes de influxo dum susto incurável.
Dormia ele numa barra, quando uma noite, à …
Bruxas — velhas APL 1634
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 121 Ronfe (GUIMARÃES)Um criado velho da Margarida, indo acompanhando, de noite, uma parenta dele que de Ronfe seguia, a cavalo numa jumenta, para a Veiga do Penso, teve, bem como …
Bruxas a desapor os bois APL 1635
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 122 GUIMARÃES (BRAGA)Uma noite as bruxas deram com um lavrador que guiava um carro de bois. Ele viu-as saltar no jugo (luzinhas) e andou, andou toda a noite. Ao romper do dia …
Por baixo de silvais, etc. APL 1636
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 122 GUIMARÃES (BRAGA)Types: *746, 3045,
Era um moço que conversava uma de três irmãs. Todas elas tinham fama de bruxas. O moço foi uma noite falar com a conversada, mas esta pediu-lhe que se fosse …
Alma acompanha o corpo APL 1637
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 122-123 GUIMARÃES (BRAGA)A alma, que saiu dum corpo, tem permissão (de Deus) de voltar à terra — para o acompanhar de casa ate à Igreja. Foi assim que uma mulher ouviu …
[O Vulto] APL 1638
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 128 GUIMARÃES (BRAGA)No monte de Santo Amaro tem sido visto de noite e ainda há pouco tempo um vulto estranho: é um vulto duma altura desconforme, vestido duma como alva de padre, …
[O fantasma] APL 1639
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 129 GUIMARÃES (BRAGA)Morreu em qualquer parte um sujeito de péssima reputação. Logo que faleceu começou a inchar de tal modo que não cabia num caixão ordinário, sendo necessário mandar-lhe fazer um de …
O José da Rua APL 1640
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 129-130 GUIMARÃES (BRAGA)Irmão do Joaquim da Rua. Morreu de repente; o cadáver inchou e estalou-lhe a carne, caindo-lhe aos pedaços. A alma dele foi por muito tempo o terror da freguesia. …
Aparição APL 1641
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 130 GUIMARÃES (BRAGA)Um caseiro que foi da Margarida afiançava que juraria onde fosse preciso que vira o pai dela, depois de falecido, ir abrir as cortes do gado. O homem teve tal …
Almas do outro mundo APL 1642
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 132 GUIMARÃES (BRAGA)Na mata da Costa tem sido há dias ouvida uma alma penada que por lá geme, sem se saber o que diz. E o pai dum tal, que veio para …
[As missas do fantasma] APL 1643
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 132 GUIMARÃES (BRAGA)Os reservatários duma quinta comprada pelo Fortunato da Eira têm, aliás um deles, a fama de ter aparecido a um parente, pedindo-lhe que lhe mandasse dizer umas tantas missas e …
História de S. Romão da Citânia APL 1644
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 135-136 GUIMARÃES (BRAGA)Antes de ser santo, Romão convidou uma mulher para fins desonestos e foram para o monte. Procuraram um sítio escuro, mas a mulher não achava nenhum bom; dizia: “aqui vêem-nos” …
[O rapaz possesso] APL 1645
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 139-140 Briteiros (Santa Leocádia) (GUIMARÃES)Um rapaz de Santa Leocádia, caixeiro em Guimarães, vinha já depois das Trindades pelo Cano e vendo uma figura estranha em cima do tanque com uma luz na …
[Aparição] APL 1646
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 140-141 GUIMARÃES (BRAGA)O João da Telhada tem visto o Marques Lobo, mas como lhe não mostrou medo, o Lobo não se meteu nele. Meteu-se porém numa rapariga de Santa Leocádia, …
Navalha de aço, ou aço livra das bruxas APL 1647
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 145 GUIMARÃES (BRAGA)Numa casa em Guimarães sentiu-se bulha na adega. Um criado, conhecendo que eram bruxas, meteu uma navalha de aço no buraco da fechadura, e elas não puderam sair (sem isso …
Lume novo APL 1648
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 146 GUIMARÃES (BRAGA)Bom para afugentar o demónio e as coisas ruins. Exemplo: A tecedeira tendo de ir à Póvoa saiu daqui com o Francisco, correio de Braga, e para Braga, de …
[A alma do pai] APL 1649
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 147 GUIMARÃES (BRAGA)Requere-se uma alma para um sítio, por onde o requerente não passe. É um dos modos de se livrar dela, O pai da tecedeira perseguia-a, depois de morto; ela adoeceu …
[O “deixo” da bruxa] APL 1650
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 148 GUIMARÃES (BRAGA)As bruxas, antes de morrer, dizem “deixo, deixo” até que alguém lhe pergunte o quê. Se lho não perguntam não morrem. Sucedeu que uma era muito conhecida e ninguém lhe …
Novelos de bruxa APL 1651
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 149 GUIMARÃES (BRAGA)A bruxa não pode morrer sem que alguém lhe aceite os novelos e os cadilhos, que ela deixa. Quem lhos aceita, fica herdando a sua qualidade de bruxa; mas há …
Almas em volta da fogueira APL 1652
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 154 GUIMARÃES (BRAGA)Muita gente tem visto em volta duma fogueira, onde ninguém a espera de noite, umas sombras. São almas penadas. O João da Telhada viu isto perto da casa da Rua, …
Diabo nas pontes APL 1653
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 154 GUIMARÃES (BRAGA)O diabo aparece nas pontes. Uma noite passava por uma rapariga, e perguntando-lhe o diabo aonde ela ia, respondeu que servir uns amos a tal casa. O diabo disse-lhe que …
Lume novo afugenta as almas APL 1654
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 159 GUIMARÃES (BRAGA)Na casa duma viúva via-se todas as noites à ceia, uma borboleta branca andar a apanhar as migalhas que caíam da mesa. Desconfiou-se que aquilo era alma, e bem que …
Tardo (= pesadelo) APL 1655
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 162 GUIMARÃES (BRAGA)Traz um barrete vermelho e quem lho tirar não só se livra do pesadelo, mas fica rico. Não se sabe se é alma de criança sem baptismo, se príncipe encantado. …
Senhora que foge APL 1656
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 178 GUIMARÃES (BRAGA)A Senhora da matriz do Marco (margem direita do Tâmega) esteve primeiro no fundo do rio num palácio de vidro, que alguns crendeiros ainda dizem ter visto às vezes …
A vida e morte dos penedos APL 1658
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 179 GUIMARÃES (BRAGA)Para tirar a vida aos penedos basta dar-lhes uma picadela com um pico. O penedo morre — i.e. não cresce mais. Os penedos crescem e é vulgar encontrar gente que …
Aparições APL 1659
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 182 Briteiros (Santa Leocádia) (GUIMARÃES)As aparições de pessoa que morreu podem ser vistas a toda a hora, de noite, como de dia, enquanto se não metem em alguém. Em Santa Leocádia há quem tenha …
A missa dos defuntos APL 1660
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 182 GUIMARÃES (BRAGA)Types: 4015,
Uma rapariga que tinha de fazer um trabalho agrícola de madrugada, e em dia de missa, procurou missa, logo que se levantou, e passando por uma igreja, viu-a aberta e …
Almas no adro APL 1661
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 182 GUIMARÃES (BRAGA)Types: 4015,
Um homem, vindo de noite com um fole de moinho, passou pelo adro duma igreja, e pousou-o sobre a parede do adro, para descansar. Estavam por ali sentados vários vultos …
Portas abertas APL 1662
SARMENTO, Francisco Martins, Antígua, Tradições e Contos Populares, , Sociedade Martins Sarmento, 1998, 185-186 GUIMARÃES (BRAGA)O moinho do moleiro de Santa Leocádia está mal-afamado (18/11/91); porque, tanto faz fechá-lo à chave, como nada. A porta aparece sempre aberta. E ainda o José da Rua. …