APL 338 Lobisomens (3)

No tempo da minha bisavó, um filho dava-se muito mal com a mulher e dava-lhe tareias. Um dia a minha bisavó resolveu ir a casa deles, que era perto da dela. Esteve lá umas certas horas e chegou a meia-noite. Onde o filho tinha a casa fazia uma encruzelhada (leia-se: havia um cruzamento). A minha bisavó viu aquela criatura passar, cheia de farrapos. Nunca parou, sempre a passar. Cheia de medo, a minha bisavó não se mexeu. Quando a criatura se foi embora, ela correu para casa. A sua mãe ainda era viva e disse-lhe para nunca mais sair à rua à meia-noite porque era quando as almas saíam para a rua.