PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010
A capela do Diabo APL 3099
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 198 Pinhal Do Norte (CARRAZEDA DE ANSIÃES)Próximo de Pinhal do Norte, num sítio chamado Rebentão, há umas fragas que formam o feitio de uma capela. É a “capela do Diabo”. O povo sempre lhe …
A cobra e os fios de ouro APL 3114
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 220 Zedes (CARRAZEDA DE ANSIÃES)Numa fraga à ida para a nossa horta (no Gorgolão, sítio da freguesia de Zedes), uma vez passou lá uma mulher. Uma cobra saiu de uma fraga muito …
A cobra que pedia um beijo APL 3154
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 273 Vila Flor (VILA FLOR)À saída de Vila Flor, quem vai para o cemitério, e onde há um sobreiro, havia uma mina onde, à meia-noite, costumava aparecer uma cobra que falava e que …
A enxada que vertia sangue APL 3178
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 297 Vilas Boas (VILA FLOR)Contava a minha mãe que havia um homem em Samões [aldeia próxima de Ribeirinha] que não acreditava que havia Deus. Então, para dar o exemplo ao filho, na Sexta-Feira Santa …
A fonte dos mortos APL 3158
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 276 Vilarinho Das Azenhas (VILA FLOR)Conta-se que no lugar hoje denominado de “igreja velha”, em Vilarinho das Azenhas, existiu noutros tempos uma igreja que servia o povo para as suas lides religiosas, e por …
A Fraga da Moura de Candoso APL 3130
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 239 Candoso (VILA FLOR)A Fraga da Moura é uma fraga muito grande, com muitos buracos lá por baixo, onde se diz que há um tesouro enterrado. E também se ouve dizer que há …
A Fraga das Bruxas APL 3112
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 215 Vilarinho Da Castanheira (CARRAZEDA DE ANSIÃES)No termo de Pinhal do Douro [freguesia de Vilarinha da Castanheira], há um lugar que o povo identifica como a “Fraga das Bruxas”, onde, segunda a tradição, …
A Fraga do Ovo APL 3131
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 240 Carvalho De Egas (VILA FLOR)Essa Fraga do Ovo tem uns buracos por baixo, que era certamente onde os antigos escondiam as suas coisas.
Aqui há uns anos atrás, talvez há mais de cinquenta, havia …
[Ai que me magoaste!] APL 3128
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 237 Benlhevai (VILA FLOR)Conta-se em Benlhevai que, há muitos, muitos anos, andava um lenhador a fazer lenha num carrascal. Depois de cortar alguns carrascos, ouviu uma voz feminina que lhe disse:
— Ai …
A lenda da caveira APL 3152
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 271 VILA FLOR (BRAGANÇA)Contam os mais antigos que, no tempo da guerra da Patuleia, o concelho de Vila Flor esteve a ferro e fogo. As esperas, os enforcamentos e fuzilamentos eram constantes.
Havia …
A lenda de Vala Dranjo APL 3084
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 184 Marzagão (CARRAZEDA DE ANSIÃES)Conta-se que vivia na antiga vila de Ansiães, no castelo, um grupo de mouros temidos por todas as povoações vizinhas. O pároco, com a ajuda da sua freguesia, decidiu …
A menina encantada APL 3167
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 286 Vilas Boas (VILA FLOR)Era na noite de S. João. Nessa altura não tinham relógio na torre, não tinham nada e nunca sabiam as horas. Passou-se com uma tia-avó minha, quando era pequenina, isto …
A menina encantada nas Fontes do Verão APL 3083
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 183 Marzagão (CARRAZEDA DE ANSIÃES)No lugar das Fontes do Verão, há uma fraga grande, lisinha, muito bonita, de onde sai uma fontinha, que está sempre a correr. A água sai da fraga para …
A menina nua na procissão APL 3170
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 289 Vilas Boas (VILA FLOR)Falava-se muito antigamente numas procissões nocturnas ao redor da nossa igreja. Eram as almas dos nossos defuntos que andavam lá. Dizia-se que saíam à 2ª feira pela meia-noite. Era também …
A menina tecedeira APL 3165
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 284 Vilas Boas (VILA FLOR)No lugar da fonte do Lameiro de Cima, onde agora há muitas casas, mas dantes não havia, e só lá estava a fonte, dizia-se que aparecia uma menina, e …
A moura e a corrente de ferro APL 3087
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 188 Mogo De Malta (CARRAZEDA DE ANSIÃES)Diz a lenda que no poço do Mogo foi encantada uma moura. Às vezes parece que de dentro do poço se ouve um murmúrio, depois escuta-se como que o ruído …
[A moura feita em horrendo bicho] APL 3164
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 284 Vilas Boas (VILA FLOR)Há mouras e tesouros encantados (...) na fonte do Lameiro de Cima, termo de Vilas Boas [concelho de Vila Flor]. Em 1925 foram lá uns homens cavar para desenterrar …
A moura que fugiu do castelo APL 3116
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 222 Candedo (MURÇA)Antigamente, não havia água nas casas e, no Verão, quando as fontes secavam, era preciso ir buscá-la lá acima à mina. Não é longe, mas não havia luz e era …
A mulher que sonhou com ouro numa fraga APL 3106
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 206 Pombal (CARRAZEDA DE ANSIÃES)Conta-se então que uma senhora das Areias sonhou que estava lá muito ouro. E não sei a que horas ela lá teve que ir, mas seguiu as instruções do sonho …
A patada do lobisomem APL 3153
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 272 Vila Flor (VILA FLOR)Na minha porta ainda tenho uma marca da patada de um [lobisomem]. Passava ali transformado num cavalo. Há muito tempo que essa marca está coberta com uma chapa.
Contava-se que …
A perseguição dos pintainhos APL 3171
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 290 Vilas Boas (VILA FLOR)Ouvia dizer ao meu sogro que numa ocasião, aí pelas três da manhã, vinha ele na direcção de casa, que era no fundo do povo [em Vilas Boas], e …
[A praga das formigas no Seixo dos Corvos] APL 3072
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 166 Beira Grande (CARRAZEDA DE ANSIÃES)A povoação da Beira Grande formou-se com gente que veio de um lugar chamado Seixo dos Corvos. Ainda se vêm lá restos de ter lá morado gente: pias para …
A rapariga que foi pedir dinheiro ao Castelejo APL 3100
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 200 Pombal (CARRAZEDA DE ANSIÃES)Ouvia falar de uma rapariga que foi para lá [o Castelejo] pedir dinheiro. Segundo a minha avó dizia, e ainda era parente dela, foi lá cobiçar o dinheiro e mal …
A ribeira dos Namorados APL 3147
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 262 Freixiel (VILA FLOR)Perto da Barragem de Valbom, há uma fraga que é conhecida como a ‘Fraga da Ribeira dos Namorados”, fraga essa que apresenta sinais cruciformes, a que o povo chama …
A ronda das feiticeiras APL 3181
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 300 Vilas Boas (VILA FLOR)O meu tio-avô tocava muito bem bandolim. Uma noite, a certa altura da madrugada, foram lá chamá-lo, à casa onde ele morava, em Meireles.
— Ó António Fraga, …
A roupa raiada de sangue APL 3179
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 298 Vilas Boas (VILA FLOR)Também aconteceu numa Sexta-Feira santa um outro caso, num lugar aqui perto a que chamam o Lameiro do Prado [aldeia da Ribeirinha].
Dantes as pessoas, depois de lavarem as …
As bruxas na Fonte do Olmo APL 3145
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 257 Seixo De Manhoses (VILA FLOR)Era uma vez uma senhora chamada Elisa da Purificação, que estava a dormir e ouvindo pessoas a lavar a roupa. Mas como a fonte estava seca, não podia ser. …
A Senhora da Assunção de Parambos APL 3093
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 193 Parambos (CARRAZEDA DE ANSIÃES)Contava-se antigamente, que a Senhora da Assunção, que está no cabeço em Vilas Boas, apareceu primeiro em Parambos, lá nas fragas, e queria ali a capela, mas …
[As feiticeiras de Candoso] APL 3129
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 238 Candoso (VILA FLOR)As [feiticeiras] de Candoso, [reúnem-se] na Costeira, sítio onde há largos vestígios de minas antigas. Certa noite, um homem que por ali passava viu muitas mulheres a dançar, …
As feiticeiras no lameiro de Arqué APL 3098
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 197 Parambos (CARRAZEDA DE ANSIÃES)No lameiro de Arqué [freguesia de Parambos], constava-se que apareciam as feiticeiras aos rapazes quando vinham dos namoros a altas horas da noite. Ouvi ao António Alberto, um …