APL 3445 Seteaes

Desde tempos immemoriaes, um dos divertimentos predilectos da gente môça, era hir áquelle rocio, á tardinha, despertar os eccos que alli ha. Pela disposição dos pincaros da serra, formando um reconcavo, no fundo do terreiro, as palavras proferidas em voz alta, na extremidade do norte do mesmo terreiro, são repetidas pelo écco, com muita clareza e por varias vezes.
    Consta que n’aquelles tempos, a palavra mais usada, nos taes exercícios das ordenanças, era um ai! que o écco repetia sete vezes, o que d’aqui viera ao rocio, o nome de Seteaes.
    Dizem outros, que o nome do terreiro vem de Sente ais, porque os montes fronteiros sentem os ais que se dão d’este logar.
    Finalmente, outros sustentam que o nome vem de Senteaes, porque em tempos antigos, era a planicie semeada de senteio.
    Julgo a primeira etymologia mais rasoavel.

Source
PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Portugal Antigo e Moderno Lisbon, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.Tomo IX, p. 200
Place of collection
SINTRA, LISBOA
Narrative
When
19 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography