APL 423 A Lenda do Tanque dos Mouros

Entre o sítio dos Mártires e o convento de Santo António existe um grande tanque quadrado que dizem ser obra dos mouros, pelo jeito que o povo tem de atribuir a estes tudo o que é de grande antiguidade, mas que na verdade é obra dos romanos.
 Em recuadíssimos tempos tudo em volta era olival cerrado. Aqueles muros de pedra solta hoje bastante maltratados pelos anos e pelos homens são motivo das mais variadas cogitações dos estudiosos.
 Claro que para a imaginação do povo não há limites e tudo o que cheira a “mouros” mete logo encantos ou génios de fortuna ou de azar.
 E o tanque dos mouros não escapou a esta regra, esta constante popular.
 É da tradição que, no fundo do grande tanque, se encontram escondidos dois enormes potes de barro, muito bem fechados, contendo um, dinheiro em ouro, o outro, peste.
 Porém, ninguém sabe qual deles é que contém o oiro. Por isso os séculos passam e ninguém ainda se atreveu a correr o risco de alcançar fortuna... porque pode também acontecer fazer a sua desgraça.
 Sobre a terra que os tapa há séculos, continuam a crescer, em anos seguidos, sementeiras das mais diversas sementes. Se os tempos correm de feição a colheita é de oiro… se em contrário, tem o sabor da peste...

Source
S/A, . Lendas e Outras Histórias Estremoz, Escola Porfissional da Região Alentejo / Núcleo de Dinamização Cultural de Estremoz, 1995 , p.29-30
Place of collection
ESTREMOZ, ÉVORA
Narrative
When
20 Century, 90s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography