APL 3532 [A moura, as palhas e o ouro]

A uma rapariguinha que levou as vacas a pastar ao Côto dos Mouros [em Vilarinho Seco, concelho de Boticas] apareceu-lhe um moura. Chegou-se à fala com um pucarinho na mão e pediu-lhe se lho enchia de leite. A rapariguinha pousou uma cestinha onde tinha trazido a merenda e prontamente mugiu uma vaca e encheu o púcaro de leite.
    A moura, em paga do leite, encheu-lhe de palha a cestinha da merenda, recomendando que só abrisse a cesta em casa, e que muito teria que lhe agradecer. A rapariguinha, cheia de curiosidade, na primeira volta do caminho, mal deixou de ver a moura, abriu a cesta e, desejosa de ver o que poderia estar por baixo da palha, foi atirando fora a palha aos punhados. Como nada viu, fez mau juízo da moura.
    Quando chegou a casa contou tudo o que passara com a moura e mostrou a cesta onde tinham ficado algumas palhas. Espanto da mãe e da filha: as palhas tinham-se transformado em ouro.

Source
PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006 , p.208-209
Year
1985
Place of collection
BOTICAS, VILA REAL
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography