APL 783 O empurrão da alma penada

Essas procissões de almas, que saem à noite, não são para brincadeiras. Cada uma que lá vai anda a cumprir as suas penas, e ninguém se deve meter com elas.

 Numa ocasião, havia uma pobre mulher que morava ali no Terreiro [na vila de Tabuaço] e que tinha um homem que era muito mau. A infeliz tanto trabalhava de dia como de noite. Ora, numa noite foi encher um caneco de água à fonte, e passou ao pé da igreja, onde viu então essa dita procissão de luzes.
 Como ia lá um homem que ela conhecia, mas que nunca disse quem era, aproximou-se dele para lhe falar. E não é que ele lhe dá um grande empurrão que a atirou pelo chão fora?
 A mulher nunca mais foi a mesma. Foi para casa, meteu-se na cama, a seguir adoeceu... e disso morreu.

Source
PARAFITA, Alexandre Património Imaterial do Douro - Narrações Orais (contos, lendas, mitos) Vol. 1 Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2007 , p.195
Year
2007
Place of collection
Tabuaço, TABUAÇO, VISEU
Collector
Alexandre Parafita (M)
Informant
Maria da Purificação Fernandes Ferreira (F), 76 y.o.,
Narrative
When
21 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography