APL 1602 A procissão das almas

Uma rapariga tinha de ir regar cedo. Passando pela igreja, viu-a cheia de gente que ouvia missa. Congratulou-se da fortuna e foi ajoelhar entre a turba. A gente começou a olhar uma para a outra e a dizer:
 “Aqui cheira a folgo (fôlego) vivo”.
 Então uma mulher chegou-se ao pé da moça e disse-lhe:
 “O que te valeu foi ajoelhares na campa da tua madrinha, que sou eu. Vai-te e não olhes para trás.”
 A moça saiu, mas não resistiu à tentação de olhar para trás. Viu muitas fogueiras a arder. Eram as almas, por quem se não tinham dito missas.
 E, por isto se saber, instituiu-se a missa das almas.

Source
SARMENTO, Francisco Martins Antígua, Tradições e Contos Populares Guimaraes, Sociedade Martins Sarmento, 1998 , p.60
Place of collection
GUIMARÃES, BRAGA
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications
Types
Christiansen [4015] A missa da meia-noite dos mortos

Bibliography