APL 2927 [esponjinho]

Cá no Palvarinho chama-se esponjinho a um remoinho de vento. Andavam à roda levando tudo no caminho. Formavam-se no verão quando estava para vir uma tempestade. Começavam à roda no caminho onde havia muita terra, levantando molhos de feno ao ar. A gente tinha muito medo, porque as pessoas adultas diziam que aquilo era o diabo, eram almas perdidas, e que, se deitassem para lá uma navalha, que ela ficava cheia de sangue. Até disseram uma vez que um home experimentou, e ouviu-se alguma coisa a gemer. A navalha era para matar. Havia uma reza. Já não me lembro muito bem. Era assim:

Vai-te, demo, da cruz,
que lá vem o Menino Jesus.

Source
SALVADO, Maria Adelaide Neto Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira s/l, Band, 2000 , p.53
Year
1994
Place of collection
Castelo Branco, CASTELO BRANCO, CASTELO BRANCO
Collector
Elisabete Nabais (F)
Informant
Maria de Fátima Reixa (F), 51 y.o.,
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography