Category: O Vento
[aboberinho] APL 2909
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 29 Aldeia Do Bispo (PENAMACOR)Uma vez levantou-se um aboberinho e uma criança começou a cantar: «porco sujo, porco sujo...».
Nisto, só se viu a menina no ar a uma altura grande. O redemoinho, passado …
[A bola de palha, o borrego e a bruxa] APL 2921
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 41-43 Proença-A-Nova (PROENÇA-A-NOVA)Quando era mais novo e quando ia para o Alentejo, para a ceifa, é que aconteciam coisas esquisitas. Uma vez no verão, estava muito calor e eu mais um outro …
[As Bruxas e o Vento] APL 2923
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 46-47 Orvalho (OLEIROS)As bruxas é coisa má... São almas danadas, gente má que nem o diabo quis no inferno! Uma vez, isto era nos tempos antigos, quando o meu avô era moço. …
A sementeira APL 564
MOURA, José Carlos Duarte, Contos, Mitos e Lendas da Beira, Coimbra, A Mar Arte, 1996, 19 Lardosa (CASTELO BRANCO)Dizem que não há muito tempo na altura das sementeiras estava reunido um grupo de pessoas, e nesse dia havia muito vento. Na altura em que o grupo estava a …
[borborinheira] APL 2917
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 39 Casegas (COVILHÃ)Isso é uma borborinheira e dizia-se que no meio daquelas folhas e daquele vento estava o demónio.
Lembro-me que, quando se viam dessas coisas, as pessoas avisavam-se umas às outras …
[borborinheira] APL 2918
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 39-40 Casegas (COVILHÃ)Estava um dia na ribeira a lavar a roupa quando veio uma borborinheira e levou-me a roupa que eu tinha estendida em cima da erva. Havia pessoas que chamavam mafarrico …
[borborinho] APL 2911
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 33 Orca (FUNDÃO)Um borborinho é uma coisa que se levanta na terra e leva as pessoas. Costuma - se dizer:
«Fuge, fuge, diabo, da Cruz,
que lá vem Nossa Senhora,
com …
[borborinho] APL 2904
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 21-22 Alcains (CASTELO BRANCO)Antigamente, quando se dava um ciclone, nós chamava-lhos um borborinho e para nós era como se fosse o diabo.
O irmão do meu avô andava a trabalhar para o lado …
[borborinho] APL 2931
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 69-70 Cafede (CASTELO BRANCO)“Aleluia! Aleluia! Arrebenta diabo que esta alma não é tua! E rezávamos tudo isto fazendo cruzes. Uma vez, quando andávamos a sachar milho, veio um borborinho. As pessoas que lá …
[borborinho] APL 2926
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 49-50 Vale Da Senhora Da Póvoa (PENAMACOR)Era ainda o meu pai, que no céu esteja, vivo, lembro-me que andávamos nós na ceifa, quando se levantou um borborinho de vento tão forte que levou pelos ares os …
[borborinhos] APL 2913
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 34 Orca (FUNDÃO)É um rodizo, são borborinhos, dão estoiros. Levantam tudo no ar, levam canas. Para os afastar digo: «Fuge, fuge, diabo, da cruz, que lá vem o Menino Jesus.» Mas por …
[borborinos] APL 2902
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 20 Toulões (IDANHA-A-NOVA)Cá nos Toulões chamamos-lhe borborinos e, quando os vimos, dizemos logo que andam por aí as bruxas. As pessoas cá dizem que são as bruxas pretas que os fazem andar …
[esponjinho] APL 2903
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 21 Proença-A-Nova (PROENÇA-A-NOVA)Era uma vez uma mulherzinha que se chamava Maria, que ia por um caminho adiante, no meio de um pinhal, e veio um esponjinho e ela ficou no meio …
[esponjinho] APL 2920
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 40-41 Proença-A-Nova (PROENÇA-A-NOVA)Um esponjinho é quando no verão está tudo muito calmo e de repente se levanta muito vento. É como que seja assim uma coisa que vem do chão, de repente, …
[esponjinho] APL 2927
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 53 Castelo Branco (CASTELO BRANCO)Cá no Palvarinho chama-se esponjinho a um remoinho de vento. Andavam à roda levando tudo no caminho. Formavam-se no verão quando estava para vir uma tempestade. Começavam à roda no …
[esponjinhos] APL 2916
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 37-38 Salgueiro Do Campo (CASTELO BRANCO)Quando eu ainda era cachopo novo, ia ajudar o meu pai na lavoura. Lembro-me de ver muitos esponjinhos, mas um dia vi um tão grande que tive medo. Era outono …
[esponjinhos] APL 2930
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 59 Proença-A-Nova (PROENÇA-A-NOVA)As cousas ai tudo a rolar chama-se esponjinhos. Há esponjinhos principalmente no verão. Andam à roda, à roda. Já até tem dado um estouro, que aquilo até mete medo. Um …
[esponjinhos] APL 2929
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 58-59 Castelo Branco (CASTELO BRANCO)Isso a andar à roda no ar são esponjinhos. A respêto disso vi muitos, muitos. Mas o que me ficou mais na lembrança foi d’uma ocasião, data não me recordo, …
[esponjinhos] APL 2928
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 56-58 Mação (MAÇÃO)Vi muitos esponjinhos. Olhe, vou contar-lhe um drama dos esponjinhos... Então, era no moinho de vento, o moinho a trabalhar. Eu andava a trabalhar, estava dentro do moinho. O meu …
Lenda da Donzela Adormecida APL 3039
MARQUES, Gentil, Lendas de Portugal, Lisbon, Círculo de Leitores, 1997 [1962], Volume V, pp. 309-313 Cavez (CABECEIRAS DE BASTO)Havia frio naquela noite de Inverno, no lugar de Cavez. Matilde ouvia o vento uivar lá fora e arrepiava-se, mais de medo que de frio. Nos lamentos sibilantes da …
Lenda de Alco e Baça APL 2722
MARQUES, Gentil, Lendas de Portugal, Lisbon, Círculo de Leitores, 1997 [1962], Volume I, pp. 267-273 ALCOBAÇA (LEIRIA)Este é o romance de dois enamorados: o Alcoa e a Baça. Enamorados iguais a muitos outros, nos sonhos, nos anseios, na luta, tantas vezes incerta, pela felicidade.
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Lenda do Bezerro de Ouro APL 3699
PARAFITA, Alexandre, A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros, Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006, 330 Felgar (TORRE DE MONCORVO)Há no termo do Felgar [concelho de Torre de Moncorvo], num sítio adonde é que chamam Olhadela, do lado de cá do rio, o castelo dos mouros. Ainda lá …
Lenda do Monte Trigo APL 2303
AA. VV., -, Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas), Faro, n/a, , São Brás De Alportel (SÃO BRÁS DE ALPORTEL)Também sei uma lenda, uma lenda que se conta por aqui. Não é daquelas... que eu também muitas, mas isso é... as lendas dos livros não contam (que é a …
[o borborinho] APL 2912
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 33-34 Orca (FUNDÃO)É quando faz vento. Junta-se o vento em rodizo, faz poças na terra. Houve uma pessoa que deitou para lá uma navalha e veio cheia de sangue. Contaram-me que uma …
[O Cabeço da Velha] APL 3545
PARAFITA, Alexandre, A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros, Vila Nova de Gaia, Gailivro, 2006, 215-216 BRAGANÇA (BRAGANÇA)Na base poente do Cabeço da Velha [em Labiados, concelho de Bragança], junto à margem do rio Contense, sítio chamado Rachas, fica a Pala dos Mouros, também dita …
O lobisomem e o caseiro APL 3076
PARAFITA, Alexandre, Património Imaterial do Douro (Narrações Orais), Vol. 2, Peso da Régua, Fundação Museu do Douro, 2010, 174 CARRAZEDA DE ANSIÃES (BRAGANÇA)Na altura das segadas, vinham para aqui trabalhar homens de todos os lados de Bragança. Chamavam-lhes os serranos. Um deles ficou de caseiro numa quinta.
Certo dia, quando estava …
[Os borborinhos] APL 2924
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 48 Paul (COVILHÃ)Dizem as pessoas antigas que os borborinhos se devem a almas perdidas. Um dia contaram-me que uma pessoa, ao ver um borborinho, lhe chamou chinelo velho. Dizem as pessoas que …
[Os borborinhos] APL 2914
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 35 Ferro (COVILHÃ)São os borborinhos. São pessoas que morrem e Nosso Senhor não quis as suas almas no céu. Então vêm para a terra atormentar as pessoas.
Aos sete anos eu vi …
[Os borborinhos] APL 2919
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 40 Paul (COVILHÃ)Os borborinhos viam-se muito antigamente, mas, desde que se começou a fazer a cruzada, já não se vêem tanto. Diziam que eram mandados pelo demónio e pelas almas perdidas e, …
[Os borborinhos] APL 2922
SALVADO, Maria Adelaide Neto, Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira, s/l, Band, 2000, 44 Castelo Branco (CASTELO BRANCO)Os borborinhos são almas perdidas do mundo. Almas perdidas porque parece gente a murmurar, muitas vozes, assim, juntas. Uma vez estava nas Naves, (é um couto pegado ao Vale …