APL 1952 História de uma mulher que era bruxa

(...) havia uma mulher que era bruxa estava lá a morar nesse tempo, e ela uma vez, [estive lá na terra do meu marido, estive lá oito anos e isto já contavam os antigos, muito antigos, não era lá do meu tempo], era muito antigos, então diziam que ela saía. Andava aí a vadiar nos pinhais, isto era, a bailar umas com as outras e tudo, e foi um de lá... que era vizinho dela e tudo, deu-lhe uma cachaporrada, ela estava transformada não sei em quê, não sei se era em galinha se em galo, se em pato, se o que era e ele mandou-le uma cachaporrada e aleijou-a num braço ou numa perna, ou o que foi, e ela fêze-o trazer às cavalitas até à porta dela e ele teve que a trazer e ela disse: “Nunca digas a ninguém, senão mato-te”. E enquanto ela foi viva ele nunca teve orde de dizer a ninguém. Depois disse! E isto diz-se que foi um caso que se passou.

Source
SILVA, Margarida Moreira da É por aí voz constante... e o povo sabe quando diz... Loures, Museu Municipal de Loures, 2007 , p.64-65
Place of collection
LOURES, LISBOA
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications
Types
Christiansen [3055] A bruxa que foi ferida

Bibliography