APL 1177 Histórias II

Uma vez uma mulher casou-se com um homem. Depois o marido dela quando era à noite levantava-se todos os dias. A mulher disse onde é que ele andava sempre todos os dias levantava-se muitas vezes à noite. Ele não dizia. Tinha um menino pequeno, tinha também uma junta de bois. Um dia disse para mulher, eu amanhã vou roçar uma carreira de mato, tu vais lá ter com os bois para trazermos o mato, ela levantou-se o menino ia a cavalo na carroça.
 Apareceu-lhe um cavalo à frente para morder no menino, ela gritava e batia no cavalo. Ele ainda chegou ao vestido do menino. A mulher toda aflita quando chegou ao pé do homem, ia a chorar e o homem dela perguntou o que tinha, ela disse-lhe que lhe apareceu um cavalo que lhe queria comer o menino. Ele deixou-se rir e tinha os fios do vestido nos dentes.
 A mulher disse «ai homem eras tu, tens as “feïratas” do vestido nos dentes». Ele disse «era eu mulher, eu tenho que correr todos os dias sete montanhas e sete adros, Amanhã quando passar ao pé de casa tu estás à janela e picas-me com a vara dos bois, mas soltas a vara e picas-me onde quiseres menos nos olhos». A mulher quando o picou desmaiou para trás, o homem quando a foi levantar levava as ferraduras nos pés. A partir daí perdeu a perneta.

Source
MOURA, José Carlos Duarte Histórias e Superstições na Beira Baixa Castelo Branco, RVJ editores, 2008 , p.24-25
Place of collection
OLEIROS, CASTELO BRANCO
Narrative
When
20 Century, 90s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications
Types
Christiansen [4005] O marido lobisomem

Bibliography