APL 2679 História do Largo das Sete Ruas

Conta uma pessoa que mora numa rua que faz parte de um largo com sete ruas. A avó contava-lhe que ás terças e ás sextas-feiras, iam para esse Largo as bruxas e os lobisomens a partir da meia-noite. Era lá que faziam bailes de rodas, cantavam e até chegavam a garrear porque os lobisomens uns transformavam-se em cães, em burros em vários animais e as bruxas igual. No outro dia sabia-se quem eram porque apareciam com as roupas uns dos outros. O meu marido contava que tinha uma prima que era bruxa [e] também andava nestes bailes de roda. Dizia que a família tinha desgosto dela ser assim. A mãe fechava-a à chave num quarto e ela fugia pela fechadura. Transformava-se em formiga, em osga, em vários bichos… Até que um dia quebraram-lhe a sina, deram-lhe uma facada numa perna. Até ela ficou com a perna um pouco cocha. Ela saiu bruxa porque ela foi a sétima filha a nascer. Antigamente isto acontecia tanto com as mulheres como com os homens. Com estes ficavam lobisomens.