APL 3519 A Senhora das Necessidades

Numa calmosa tarde de Verão, a tempestade armou-se e fez borrasca. O vento, os relâmpagos e trovões, a queda de água...
    Nem sempre a ermitoa estava. Também nessa ocasião tinha ido tratar do aprovisionamento da casa e da capela. Ao chegar às imediações, passada que fora a tempestade, encontra a Senhora das Necessidades, ladeira abaixo. — Para onde ides, Senhora, que se faz tarde? — interroga-a, pressurosa, a ermitoa. — Vou acudir ao povo da Vila da Ponte, que, se não chego a tempo, morre afogado! — responde, dorida a Senhora.
    De facto, a montante do Távora, a trovoada fora mais tardia e sobremodo violenta. A enxurrada arrastou pelo rio abaixo uns rolheiros de centeio que, atravessando-se nos olhais da ponte de Vila da Ponte, tolhiam o fluxo das águas, tomando iminente o alagamento do povoado.

Source
FRAZÃO, Fernanda Passinhos de Nossa Senhora - Lendário Mariano Lisbon, Apenas Livros, 2006 , p.137
Place of collection
Vila Da Ponte, SERNANCELHE, VISEU
Narrative
When
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography