APL 2364 Santa Iria

Iria era uma rapariga, que vivia em Tomar, que tinha um pai algo austero. Ela apaixonou-se por um rapaz e o pai ao aperceber-se disso pô-la num convento, só que eles continuavam a namorar às escondidas, quando ela saía do convento, nas margens do Rio Nabão, lá em Tomar. Até que um dia o pai descobriu, e disse-lhe: - “Ou o largas ou mando-te matar.” Ela disse: - “Então, para isso mato-me eu a mim própria!” E matou-se. Suicidou-se e o corpo caiu no rio. O Rio Nabão desagua no Zêzere, que por sua vez desagua no Tejo, que vai levar a Santarém. Reza a lenda que quando o corpo chegou a Santarém (ali onde é agora a ponte para Almeirim) todas as laranjeiras, e as árvores de fruto começaram todas a dar flor. Ainda hoje há uma capela ao pé da estação de Santarém, a Capela de Santa Iria, lá mesmo ao pé do rio, por causa disso. E em Tomar agora há o convento de Santa Iria e está lá uma estátua ao pé do rio.
A lenda de Santa Iria é que a rapariga, por amor, se tornou santa… porque ela era casta, ela tinha um amor grande por um rapaz mas também tinha muito respeito ao pai, e quando entrou para o convento respeitou o convento, nunca se passou nada com o rapaz, era só um amor mas não se passava nada, quando o pai lhe pôs a imposição “Ou o largas ou mando-te matar”, ela preferiu matar-se a ela própria do que largar o grande amor que tinha.
Colectora: Onde é que ouviste essa lenda?
Lá em Tomar.
Colectora: Quem é que te contou?
Os meus pais.