APL 1442 A Senhora da Luz

A Senhora da Luz.  Eu não sei qual foi a razão que os portugueses e os espanhóis quiseram fazer uma capela em honra de Nossa Senhora.  Mas os espanhóis queriam do lado da Espanha.  De manhã a capela estava em baixo.
Depois resolveram fazê-la na raia.  A mesma coisa.  Aparecia pelo chão.
Fizeram no lado português, e a capela até hoje ainda está lá.
  [M.C.F.: --Isto é a Capela da Senhora da Luz, em...?
Informante: --Em Constantim, Miranda do Douro.]
E então faz a festa internacional.  Quando foi a Segunda Grande Guerra, estava muitos anos sem havere festa.  E depois a irmã do meu primo Manuel, que é dos pauliteiros, a irmã dele era mordoma de Nossa Senhora, e eles eram muito amigos c'o governador civil da Espanha e c'o governador civil de Portugal, e lá arranjaram antão pa fazer outra vez o passo livre.
Mas aquilo é muito interessante ir àquela romaria.  Porque há onz'horas (?) ou assim não dão o passo livre.  'Tão os carabineiros na raia, e a guarda portuguesa e a espanhola, não é?  Não dão o passo livre.  Mal apenas dão o paso livre, olhe, fica tudo trocado: os portugueses todos em Espanha, e os espanhóis todos em Portugal.  É romarias assim, lindas, que eu gosto até bastante de...  Gostava muito d'ir, porque a gente ia prà Espanha.   Comprávamos escabeche, laranjas, fruta, bananas, e assim, muita coisa.  Mas os espanhóis, polvo.  E os espanhóis vinham pra Portugal era a comer vitela assada, vinho...

Source
FONTES, Manuel da Costa Portuguese Folktales in North America: Canada n/a, sem editora, s/d , p.7A266:95
Year
1984
Place of collection
Duas Igrejas, MIRANDA DO DOURO, BRAGANÇA
Collector
Manuel da Costa Fontes (M)
Informant
Albertina Esteves (F), 53 y.o., born at Duas Igrejas (MIRANDA DO DOURO),
Narrative
When
20 Century, 80s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography