APL 2925 [Os Espíritos]

Olha que isso são espíritos, são almas perdidas que não encontravam nem lugar no céu, nem no inferno e vêm cá a atentar as pessoas. Eu, em primeiro, não queria acreditar nestas coisas, mas numa ocasião saí eu de casa, eram para aí umas duas horas da manhã, no verão, para abrir a água que ficava a regar o tchão. Quando eu estava a abrir a água não foi que para aí a uma distância de um metro de mim, não começa a rodar como um vento, sempre sempre a rodar? Quando ía para casa, o raio daquilo começou a andar atrás de mim e sempre à mesma distância. Só então, quando cheguei perto da casa da minha vizinha, que na altura diziam que andava com espíritos, é que o deixei de ver. Ao fim de um nadinha, só já ouço a minha vizinha aos gritos. «Vês que era o espírito que a foi atentar.»

Source
SALVADO, Maria Adelaide Neto Remoínhos, Ventos e Tempos da Beira s/l, Band, 2000 , p.49
Year
1994
Place of collection
Vale Da Senhora Da Póvoa, PENAMACOR, CASTELO BRANCO
Collector
Ester de Jesus Marques (F)
Informant
António Lopes (M), 80 y.o.,
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography