APL 955 O lavrador

Numa aldeia de Esposende, existia um lavrador que possuía muitas propriedades. Era muito mau e não deixava ninguém estranho lá entrar.
Quando faleceu, todos os seus bens foram divididos pelos filhos e cada um deles construiu uma casa e ainda restaram campos para a agricultura. Um dos filhos emigrou e deixou uma senhora a trabalhar as terras que lhe couberam.
A senhora semeou um campo de milho. Num dia de Verão, por volta do meio-dia, altura em que o calor apertava, a senhora estava no campo a mondar o milho e, subitamente, ouviu uma voz que repetia aos gritos:
– Fora das minhas terras, sua ladra!
Como era muito perto dela, levantou-se para ver quem era, mas não viu ninguém.
De repente, ergueu-se muito vento que a cercou e em seguida apareceu-lhe uma luz muito forte, como um raio. Ela, assustada, fugiu.
Diz-se que era o antigo dono, falecido há trinta anos, que continuava a não gostar de ver gente estranha dentro das suas propriedades.

Source
AA. VV., - Literatura Portuguesa de Tradição Oral s/l, Projecto Vercial - Univ. Trás -os-Montes e Alto Douro, 2003 , p.AP18
Year
2000
Place of collection
BARCELOS, BRAGA
Collector
Viviana da Silva Enes (F)
Informant
Maria Eugénia da Costa Inês (F), 73 y.o., BARCELOS (BRAGA),
Narrative
When
20 Century, 90s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography