APL 1661 Almas no adro
Um homem, vindo de noite com um fole de moinho, passou pelo adro duma igreja, e pousou-o sobre a parede do adro, para descansar. Estavam por ali sentados vários vultos e, depois de descansar, pediu ao mais próximo para lhe ajudar a “erguer” o fole. “Eu não posso — disse ele — porque morri héctico. Ajuda-o tu” - disse para um vizinho. — “Eu também não posso (não tenho força), porque morri de sezões”, respondeu o vizinho. Um terceiro, ouvindo isto, acudiu: “Ajudo eu, que morri de morte ‘súpeta’ ”. E ajudou-o a erguer o fole. Eram defuntos.
- Source
- SARMENTO, Francisco Martins Antígua, Tradições e Contos Populares Guimaraes, Sociedade Martins Sarmento, 1998 , p.182
- Place of collection
- GUIMARÃES, BRAGA
- Informant
- Margarida (F),