APL 2550 [A Costureirinha]
Era uma vez uma senhora que estava muito doente e depois prometeu um manto à Nossa senhora de Fátima. Que se ficasse boa comprava um manto à Nossa senhora de Fátima. Bom, a rapariga pôs-se melhor, juntou o dinheiro e disse assim: agora vou eu comprar um manto… Compro mas é uma máquina de costura p’ra ganhar a vida! Fico sem dinheiro, fico sem nada p’ra ganhar a vida. Comprou uma máquina de costura depois adoeceu, piorou, piorou até que morreu. Quando depois a máquina de costura ficou e ela andava cosendo na máquina de costura, andava por esse mundo fora cosendo. Até se sentia ela fazer assim à tesoura (nesta altura a informante imita o gesto colocando uma tesoura em cima de uma mesa) em cima da máquina, pousava a tesoura cosia e “coise”. E as pessoas tinham medo. Mas eu ouvi numa casa quando eu era pequena, quando tinha p’rai 10 anos, não oito, oito anos p’rai, ouvi e ia tudo ouvir. “ai andem lá ouvir a costureirinha” e eu ia também ouvir.
E agora também anda. Anda lá. Eu não ouvi ainda mas o meu sogro ouve, ainda não há seis meses ele diz que a ouviu andar lá ainda. Portanto ela anda, é uma penitência que ela tem. Até ela não fazer aqueles anos é uma penitência que ela tem.
- Source
- AA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) Faro, n/a,
- Year
- 2008
- Place of collection
- OLHÃO, FARO
- Collector
- Carla Ramires (F)
- Informant
- Maria do Carmo Candeias (M),