APL 455 A boa e a má hora

Dum’òcasieo, mê pedrinho qu’era mê sogro, stav’à namorar nema casa. Foi-s’imbora e cando tchegou ò aidro, vi ma sombra branca muito alta, qu’er’á Boa Hora. Sobr’ela vei logo a Má Hora, qu’era negra. Mê pedrinho, òviu aquele’strondo e stindê-se num balcão e parecia-le qu’òvia todos os roncos da Truquia, porcos, com sua lecença, e tudo. Doutr’òcasieo, o meu homa, qu’é um homa reles de corpo mas muito foito, passou ò Cruzêro da Senhô d’Àssenha e incontrou ma mulher toda de branco, sim sapatos nim nada. Canto mai longe ia, mai grande parecia, a pontos de cando ia tchegando à capela, já tchegava ò céu. A-i-ele no l’aparceu a Má Hora. 

Source
BUESCU, Maria Leonor Carvalhão Monsanto, Etnografia e Linguagem Lisbon, Editorial Presença, 1984 [1958] , p.155
Place of collection
Monsanto, IDANHA-A-NOVA, CASTELO BRANCO
Informant
Antónia do Poço (F), Monsanto (IDANHA-A-NOVA),
Narrative
When
20 Century, 50s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography