APL 1649 [A alma do pai]

Requere-se uma alma para um sítio, por onde o requerente não passe. É um dos modos de se livrar dela, O pai da tecedeira perseguia-a, depois de morto; ela adoeceu e todas as meias-noites ouvia tinir na fechadura da porta. Soube que a alma era a do pai, mas custava-lhe a requerê-la. Por fim resolveu-se e a bruxa que ela foi consultar, disse-lhe em nome dele que lhe satisfizesse 24 missas, que tinha deixado de ouvir, quando esteve na Galiza. E declarou-lhe que à última missa lhe havia de dar sinal de que ia para o Céu. De facto, à última missa a filha viu, quando o padre a terminava, uma borboleta branca a subir em espiral para o alto. Era a alma do pai. Em casa da bruxa, ele declarara-lhe também que estava moído da jornada que tinha feito para vir ali.

Source
SARMENTO, Francisco Martins Antígua, Tradições e Contos Populares Guimaraes, Sociedade Martins Sarmento, 1998 , p.147
Place of collection
GUIMARÃES, BRAGA
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography