APL 1928 [O pente da moura]

(Havia muitas histórias de mouras mas diz-se que havia na eira das casas, com os cabelos muito pretos e os olhos muito brilhantes e essa moura tanto encantava homens como as mulheres).
E ela uma tarde de Verão, passou por ali uma jovem da aldeia, e a jovem nunca tinha visto um pente tão bonito. E chegou-se ao pé da moura e disse:
- Ai, tu tens um pente tão bonito! Deixa-me pentear os meus cabelos com o teu pente.
E a moura disse-lhe:
- Eu deixo-te pentear com o meu pente, mas tens que me dar um beijo.
E a jovem, inocentemente, deu-lhe um beijo e deixou-se pentear.
A partir desse momento, a jovem desapareceu e nunca mais se viu nem moura nem pente nem nada. Desapareceu.

Source
AZEVEDO, Ana A Literatura Oral na Comunidade Emigrante Portuguesa em Montreal Faro, Universidade do Algarve, 2002 , p.# 112
Year
2001
Place of collection
São Jorge Da Beira, COVILHÃ, CASTELO BRANCO
Informant
Adelaide Ramos Vilela (F), 47 y.o., born at São Jorge Da Beira (COVILHÃ),
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography