APL 1022 A moura encantada
Um mouro, como não podia levar a sua filha para Marrocos, encantou-a e enterrou-a. Um rapaz, que passava por perto, viu o que se passou e, depois de o pai se ter ido embora, desenterrou-a. Entretanto conheceram-se, apaixonaram-se e mais tarde casaram.
A moura tinha saudades da família, quis visitá-la e dizer-lhe que estava viva. Mas o marido achou melhor ir ele contar o que tinha acontecido. Os pais da moura receberam-no muito bem, mas ficaram um pouco atrapalhados. Trocaram algumas impressões e ofereceram duas prendas à moura: um cinto de ouro, que só podia ser usado por ela, e uma broa de pão, que deveria ser só comido por ela.
No regresso, o marido da moura sentiu-se cansado e pendurou o cinto numa árvore para poder descansar. De repente, a árvore arrancou-se do chão e voou para Marrocos.
Ele, ao ver aquilo, deu conta que a família a queria de volta. Quando chegou a casa, contou tudo à moura e partiram a broa para ver o que se ia passar. Viram que a broa se transformou em bocados de ouro e pensaram logo que, se ela comesse a broa, teria morrido.
- Source
- AA. VV., - Literatura Portuguesa de Tradição Oral s/l, Projecto Vercial - Univ. Trás -os-Montes e Alto Douro, 2003 , p.ME10
- Year
- 2002
- Place of collection
- Justes, VILA REAL, VILA REAL
- Collector
- Patrícia Magalhães (F)
- Informant
- Albertina - (F), 57 y.o., Justes (VILA REAL),