APL 472 As bruxas que vinham de santarém
Ali ond’é que eram as casas da Maria Céguinha, ó pé da Ribêra, contava a minha avó que havia um terreno vago, ah era tudo tomatêras bravas, e então as bruxas iam p’rãquele lugar fazer uma grande roda, muito grande, cantavem e dançavem no terrêro.
E diz elas assim ai qu’eu sou de Santarem, fora as d’Alvor qu’inda nã vem. (Sim senhora, vejam lá d’ond’é que elas vinham, de tã longe, fazer balhe com as daqui d’Alvor).
Elas faziem muitas tropelias, jogavem os homens p’ra cima das silvas, levavem os homens no ar até ó mar, entigamente havia muitas, ó se havia! E eu digo que há ainda, mas agora são mais modernas, agora é pelos livros.
- Source
- TENGARRINHA, Margarida Da Memória do Povo Lisbon, Colibri, 1999 , p.44
- Place of collection
- Alvor, PORTIMÃO, FARO
- Informant
- Deonilde dos Santos Martins (F), born at Alvor (PORTIMÃO),