APL 467 As bruxas de alvor
O mê avô, que era também pescador e a quem chamavem o velho José Rato e foi quem me contou muita coisa, dizia que as bruxas antigamente se apegavem ós barcos e chegavem a ir até à ilha da Madeira e traziem os ramos de flores e ramos das árvores de lá p’rós barcos.
E qu’isso era tã certo que até se sentia o chêro das flores muito forte.
Ele também contava que um senhor, que era o Chico Semedo, uma noite veio a voar pelo ar lá de cima da vila e enfiou pela porta da casa adentro. Elas, as bruxas, agarrarem no homem e ele veio com os pés p’ró ar toda a ladêra lá de cima até cá em baixo, sentiu-se assim cum’um pássaro a avoar.
- Source
- TENGARRINHA, Margarida Da Memória do Povo Lisbon, Colibri, 1999 , p.39
- Place of collection
- Alvor, PORTIMÃO, FARO
- Informant
- Francisco Moreira Miguel (M), born at Alvor (PORTIMÃO),