APL 2589 O cão que lambe a mão

Havia uma rapariga que tinha um cão. (…) O cão dormia sempre com ela e, sempre que ela estivesse assustada, jogava a mão para baixo da cama (…). O cão dormia lá por baixo e lambia-lhe a mão, se estivesse tudo bem.
Então uma noite, ela estava sozinha em casa com o cão, e ouviu um barulho, e então jogou a mão por baixo da cama, e o cão lambeu-lhe a mão, e ela supôs que estivesse tudo bem. Entretanto deixou-se dormir. Passado um bocado, ouviu um barulho e levantou-se e foi à casa de banho e ouvia gotejar. E ela pensou que fosse a torneira e então fechou a torneira. Só que, entretanto, continuou a ouvir gotejar. Ela estava de luzes apagadas, como conhecia a casa nem acendeu a luz. E então, como o barulho não parava, ela decidiu acender a luz. E quando olhou para a banheira, estava o cão esquartejado, mesmo todo cortado, cheio de sangue, e na parede estava escrito, com o sangue do cão, “os humanos também lambem”. O que supõe que quem estava debaixo da cama não era o cão. E quem lhe lambeu a mão foi a pessoa que lhe fez aquilo.”