APL 3218 A lenda de Nossa Senhora da Natividade
Henrique Henriques de Noronha relata nas suas «Memórias Seculares e Eclesiásticas», a lenda de Nossa Senhora da Natividade do Faial:
«Uma das mais célebres romagens antigas desta Diocese, foi a de N. S. do Faial, ou da Natividade, cujo nome lhe deu o sítio, onde está fundada a sua igreja, hoje paroquial, entre duas Ribeiras cobertas de grandes faias.
Ali diz a tradição antiga, que apareceu a Imagem da Senhora, a mesma que hoje (então) se venera naquele lugar, e tanto por esta rezam, como pelos prodígios, que obrava antigamente foi tão frequentada dos votos de toda a ilha, que pelo seu dia, a 8 de Setembro, e pelo seu oitavário concorria inumerável povo, de dez ou de doze léguas mais vizinhas, com grandes festas, e danças, e se fazia uma grande festa de todos os víveres comestíveis a que se juntavam passante de oito mil almas».
Era assim o Faial, lugar de concorrida romaria anual, onde o povo da Madeira se reunia para homenagear a Virgem que ali um dia se manifestara, tal como fizera o Bom Jesus de Ponta Delgada, que atraía ao Norte da Ilha, não só inumeráveis colonos que ali se fixaram, como também uma avalanche de romeiros que, anualmente vão mimosiar os seus santos protectores.
O Poço do Caldeirão Verde, em Santana, a 1221 metros de cota, tem também sua lenda idêntica à dos demais em velhas e arraigadas tradições. Ou não vizinhasse, paredes-meias, com o Caldeirão do Inferno, na mesma zona e altitude, separados quinze minutos um do outro, dispondo-se a sugestão de superstições e malefícios contra toda a gente. Isto lê-se em «Ilhas de Zargo», a pág. 198, do 1.º volume.
- Source
- PIO, Manuel Ferreira O Concelho de Santana - Esboço Histórico Funchal, sem editora, 1974 , p.165
- Place of collection
- Faial, SANTANA, ILHA DA MADEIRA (MADEIRA)