APL 2634 A fonte

Era um casal que tinha a menina, uma filha, e a miúda gostava muito de flores e como não havia água lá próximo a miúda obrigava-se a ir buscar água lá longe para regar as plantas, para regar as flores e então ela estava cada vez mais doente, cada vez mais doente e pedia sempre para não deixarem secar as flores e dizia assim:
- Óh, pai, mesmo que eu morra não me deixem secar as flores.
E o pai disse-lhe:
- Não, era o que faltava eu andar a carregar água longe para regar as flores!
Então quando a menina morreu nasceu lá água ao pé dessa casa para regar.
Então as pessoas tinham uma fé, diziam que a menina era santa e iam lá buscar água para o S. João ou para coiso, como vão a outras fontes às vezes… assim aquelas fontes santas. As pessoas tinham muita fé nessa menina. Fica ali próximo do hospital do barlavento. Eu não cheguei a ir lá. Mas nunca mais se falou nisso…

Source
AA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) , n/a,
Year
2009
Place of collection
PORTIMÃO, FARO
Collector
Dália Faísca (F)
Informant
Inácia Pacheco Martins (F), 72 y.o., born at Saboia (ODEMIRA),
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography