APL 2938 O Linho Fiado

Havia outrora na encosta do Picoto, uma pedra larga, a lembrar o tampo de uma mesa. Quem lá fosse à tardinha colocar veios de linho para fiar, qualquer que fosse a quantidade e deixasse junto a importância devida em moeda corrente, podia ir lá buscá-lo na manhã seguinte, que as mouras fiavam-no durante a noite.
Este linho tinha a propriedade de jamais apodrecer e de dar a felicidade aos noivos que, no dia do casamento, vestissem roupas desse fio. Por isso, à tardinha, havia lá sempre muito fio.
Contudo se o dinheiro deixado não correspondesse à quantidade a fiar, no dia seguinte tudo estava como tinha sido deixado na véspera, ou se o dinheiro fosse em excesso, lá estava a demasia.

Source
JANA, Isilda Histórias à Lareira , Palha de Abrantes, 1997 , p.15
Place of collection
ABRANTES, SANTARÉM
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography