APL 3377 Pecegueiro (Ilha do)

Consta que a origem do nome da sua padroeira, foi o seguinte:
    Pelos annos de 1660, entraram os mouros por este ilhote (o que faziam muitas vezes) com as suas lanchas, a roubar e captivar o que podiam; porque ainda então não havia no ilhote fortificação alguma.
    Hindo á ermida da Senhora, o eremitão se defendeu corajosamente, matando muitos mouros; mas, como não fosse soccorrido, e só contra tantos, teve de succumbir na lucta, sendo morto e o templo e casa do eremitão saqueados.
    Pegaram na imagem da Virgem e a foram lançar a uma balsa de mattagal e silvado que havia aqui perto, e lhe lançaram fogo.
    Arderam o matto e as silvas até se reduzir tudo a cinzas; mas depois de hidos os mouros, veiu gente das proximidades, que achou a capella roubada, o eremitão morto, e a imagem da padroeira desapparecida; mas, procurando-a entre as cinzas, a acharam inteira e illesa, o que tiveram por milagre, e fez redobrar a sua devoção para com a Senhora, á qual, desde então deram o titulo de Nossa Senhora da Queimada.
    Até então tinha a invocação de Nossa Senhora da Assumpção, e é no dia d’este mysterio (15 de agosto) que se lhe faz a sua festa.

Source
PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Portugal Antigo e Moderno , Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.Tomo VI, p. 514
Place of collection
Porto Covo, SINES, SETÚBAL
Narrative
When
17 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography