APL 3544 O lameiro da “pena de cera”

Havia naquele morro um castelo que era chefiado por um mouro muito mau. As donzelas melhores destas povoações levava-as para lá e tinha-as lá cativas. E ainda obrigava os moradores a pagarem um tanto para ele e para os dele. Trazia tudo subjugado.
    É claro que o povo vivia revoltado com isto. Até que um dia combinaram matá-lo. Houve então uma donzela, que era muito corajosa, e que, ao ser levada para lá, combinou primeiro um estratagema com o povo para matarem o rei mouro. Assim, pela calada da noite, enquanto ele dormia, a donzela saiu do castelo e foi acender uma vela no lugar que tinham combinado, que era um lameiro próximo. E ao sinal da vela acesa, o povo armado deslocou-se ao castelo a fim de matar o rei.
    Depois de morto o rei, o castelo foi destruído e as donzelas foram libertadas. E o lugar onde foi colocada a vela chamam-lhe lameiro da “pena de cera”. Mas há também quem o conheça por lameiro da “vela acesa” e “lameiro de Talvela”. Antigamente fazíamos aqui no povo e na Senhora da Serra um teatro muito bonito sobre esta história.

Source
PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros , Gailivro, 2006 , p.214-215
Year
2004
Place of collection
Rebordãos, BRAGANÇA, BRAGANÇA
Informant
Carolina do Carmo Gomes (F), 81 y.o.,
Narrative
When
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography