APL 566 Praga dos gafanhotos

Conta a Lenda dos Gafanhotos que por volta de 1640 uma praga de gafanhotos devastou toda a aldeia da Lousa. Todas os habitantes das freguesias vizinhas (Alcains, Escalas de Baixo, Escalas de Cima e Lardosa) resolveram prometer uma festa ao Santo de maior afecto na freguesia, pedindo a sua protecção contra aquela terrível praga que as estava a deixar na miséria. A Lousa recorreu a Nossa Senhora dos Altos Céus, com a promessa de fazer uma festa no terceiro Domingo do mês de Maio de cada ano, em louvor e acção de graças se a virgem ouvisse a sua súplica. O povo acorreu ao altar da Senhora pedindo o favor da sua ajuda e foi ouvido. Os danosos bichos desapareceram e os campos e hortas voltaram ao seu vício primitivo. Mas a tradição não fica por aqui... Quando se soube na freguesia que os gafanhotos tinham levantado voo, os Lousenses correram aflitos ver em que estado tinham ficado os campos, e as suas searas, pois não acreditavam facilmente que tinha sido um milagre da Virgem. Porém nem todos correram. Um alegre casal (Timoteu e Micaela), ficaram o dançar de alegria no adro da igreja com os suas oito filhas, pensando e bem, que aquele acto de alegria poderia servir de agradecimento a quem depressa lhes tinha acorrido. Os que regressaram depois de ver as suas hortas e searas juntaram-se áquela família dando largas à sua alegria. E quando todos entraram na igreja para agradecerem à Senhora, esta desceu as suas mãos para que todos expressassem o seu agradecimento.

Source
MOURA, José Carlos Duarte Contos, Mitos e Lendas da Beira , A Mar Arte, 1996 , p.19-20
Place of collection
Lousa, CASTELO BRANCO, CASTELO BRANCO
Narrative
When
20 Century, 90s
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography