APL 1124 O mouro e a parteira
Um homem mouro que tinha uma mulher a parir necessitou de uma parteira e foi buscá-la à Bairrada.
Ele ia a cavalo. Enquanto trazia a parteira tapou-lhe os olhos, para ela não saber onde ia. Quando os destapou estava no meio de grandes salas.
Ao terminar o trabalho o mouro deu-lhe um punhado de carvões para o avental. Mas de volta, quando ela viu que eram carvões, foi-os deitando fora ficando só com uns poucos que guardou numa mala em casa. Passados uns dias foi vê-los e estavam transformados em libras de ouro. Então a parteira foi por onde julgou ter passado par tentar encontrar o que deitou fora, mas não encontrou nada.
Um dia a mulher foi a um mercado a Proença-a-Nova e reconheceu o mouro, disse-lhe que ele tinha sido o homem que a tinha ido buscar a casa para ajudar a sua mulher. Ele perguntou-lhe qual dos olhos o tinha reconhecido e ela disse-lhe qual era, ele depois passou-lhe a mão pelo olho para que ela se esquecesse da imagem dele.
- Source
- HENRIQUES, Francisco Contos Populares e Lendas dos Cortelhões e dos Plingacheiros , Associação de Estudos do Alto Tejo, 2001 , p.293
- Year
- 1984
- Place of collection
- MAÇÃO, SANTARÉM
- Collector
- Maria dos Anjos Henriques (F)
- Informant
- Maria de Lurdes Pereira (F), MAÇÃO (SANTARÉM),