APL 2465 Lenda das Sete Cidades

Era uma vez uma princesa que se chamava Antília, e que era muito bonita, e o seu pai, o rei, era muito mau e não queria, tinha muitos ciúmes, muitos ciúmes dela, não queria que ela saísse, porque ela era orfão de mãe, a mãe morreu quando ela nasceu, e foi criada por uma ama, e ele tinha muitos ciúmes dela e ela estava a maior parte do tempo trancada no castelo, mas ela aproveitava quando o pai estava a dormir, à tarde, para dar uns passeios pelo vale, pelas Sete Cidades. E um dia ouviu uma música muito bonita numa flauta e foi à procura do som. E então escondeu-se atrás de um árvore e ouviu um pastor com uma flauta a tocar. E todos os dias ela ia para o mesmo sítio e ouvia o pastor. E um dia o pastor deu por ela. Era um pastor com uns lindos olhos azuis e que encontrou-a e que gostou muito dela. E depois todas as tardes eles encontravam-se, ele tocava para ela, ela começou-se ah...pronto apaixonou-se por ele. E ele por ela. E todas as tardes namoravam, riam, ouviam música. E um dia ele encheu-se de coragem e disse que ia ao Castelo pedir a mão dela em casamento. Chegou lá e foi pedir a mão da Antília em casamento e o pai chamou logo o criado e disse para ele ir para a rua que ela não casava nem com ninguém, muito menos com ele. E depois mandou-a chamar e disse a ela que ela não ia mais vê-lo e que não ia casar com ele.
E ela então aproveitou quando pai estava a dormir e foi ter com ele uma tarde e disse que realmente não podiam casar porque o pai não queria. E então choraram a tarde inteira abraçados e como ela tinha uns lindos olhos verdes nasceu daí uma lagoa verde. Como ele tinha uns olhos azuis, de tanto chorar, nasceu uma lagoa azul. E ainda hoje existem as lagoas, para quem passar lá, geralmente, tem sempre alguém que conta a lenda, para que realmente não fique esquecido a história de dois apaixonados.