APL 2139 A Luz da Caniceira (2ª versão)
Qu’era uma mulher que tinha morrido e adepois tinha prometido uma vela à Nossa Senhora e asdepois na tinha pagado e apois diz que andava penando. Pois chegou àquela altura nem disse para pagar e nem pagou.
Apois que aparecia, aparecia aqui, aparecia além, aparecia em mais sítios e havia muita pessoa que tinha muito medo dela.
É um caso que se deu com um sobrinho (...), dê-se um caso com o meu sobrinho.
Que ele ia por um caminho sozinho e que dizia assim, ele vai e que disse assim, e ele disse assim:
- “Ah, vem aqui um clarão tão grande atrás de mim. Se fosse a luz da caniceira é qu’eu queria.”
Quando ele se foi ao dar por ele caíu e ficou metido numa grande chama e depois houve uma voz que lhe disse:
- “Quando fores p’lo caminho vai sossegado. Nã te metas com quem ‘tá e nã te metas com quem vai. Porque tu não sabes o que está p’a te acontecer”.
E ele aqui nisto alevantou-se e diz:
- “O que é que tu viste?”
- “Vi Deus a meu lado”
- “’tão e agora?"
- “Agora na sê p’a onde é que vou”.
Ele disse que disse que houve uma pessoa, uma almazita qualquer, que tocou-le na mão, mas que ele na via ninguém. E que lhe deu ao caminho da estrada e disse:
- “Agora vais aqui vais bem acompanhado. Mas nunca mais faças uma coisa dessas”.
Que a gente ouve dizer tanta coisa… que a gente… ele adepois a gente contou, diz que no outro dia, diz que estava na cama. Não era porque lhe fizessem mal. Foi o medo que apanhou.
Por isso nunca é bom a gente ir para qualquer sítio nem muita afoiteza e nem levar muito medo. (...)
- Source
- AA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) , n/a,
- Year
- 1996
- Place of collection
- ALCÁCER DO SAL, SETÚBAL
- Collector
- Paula Telo (F)
- Informant
- Aderlina Costa (F), 69 y.o., born at ALCÁCER DO SAL (SETÚBAL),