APL 2035 A lenda da costureirinha
Era uma vez uma rapariga que costurava. Adepois teve muito doente e a mãe disse que se a filha se prantasse melhor que dava a máquina de costura, nem que a filha ficasse sem nada. (Isto há ai uns quarenta e tal anos que eu ouvi esta poesia desta rapariga.) A rapariga pôs-se melhor e a mãe nunca deu a máquina e foi-se passando anos, passando, passando...chegou-se às proximidades e a rapariga morreu. A rapariga morreu, a mãe tinha a máquina em divida, nunca a pagou, nunca a deu, e então a rapariga andava em permissão aí por essas casas. A gente ouvia-a, ainda a cheguei a ouvir muitas vezes...até se ouvia partir a linha e ouvia-se a máquina a costurar. Era a rapariga que andava por aí...morreu, mas o espírito não morre.
Agora já não se tem ouvisto, há aí uns anos que há pessoas...e eu...acho que essa máquina que já foi paga à santinha que a mãe tinha aprometido porque nunca mais se ouviu.
- Source
- AA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) , n/a,
- Year
- 2002
- Place of collection
- Alvalade, SANTIAGO DO CACÉM, SETÚBAL
- Collector
- Guida Jordão (F)
- Informant
- Mariana Luísa (F), 67 y.o., born at Alvalade (SANTIAGO DO CACÉM),