APL 2555 Águas Milagrosas, Vingança, Alma Perdida

Olha, conheço uma história que foi também passada na Beira Baixa. Havia lá uns campos que chamavam a Fonte Santa. E então nessa, nesse campo havia, passavam dois ribeiros, que atravessavam aquela propriedade. E havia lá umas águas, as pessoas iam para lá de muletas e lavavam-se com aquela água e saíam curadas. Só que esse senhor, tinha lá um pomar (…) e então as pessoas iam comer a fruta e por vezes a estragavam, e tudo. E o senhor foi e destruiu a fonte, destruiu aquilo tudo, e quando a começou a destruir, o senhor passado um tempo morreu. E dizem que ainda hoje, ele lá aparece. E quando as pessoas antigamente andavam a regar de noite, a água, tiravam aquelas horas de água cada pessoa. Às vezes calhava da 10 horas da noite às 10 horas da manhã, ou da meia-noite ao meio-dia. E então quando era de noite, eles iam e punham um “beço” que parecia aquele medo, aquele homem, e pegavam na “além-terra” que dava para confiar nas pessoas que andavam a regar. Há ainda hoje, há uma pedra, que dizem que se lá puser a terra ou alguma coisa, no outro dia aparece limpa. Porque é ele que de noite se lá senta. Porque é este monstro, este medo, qualquer coisa, que é alma perdida, que se lá senta.   

Source
AA. VV., - Arquivo do CEAO (Recolhas Inéditas) , n/a,
Year
2008
Place of collection
COVILHÃ, CASTELO BRANCO
Collector
Helder Macário (M)
Informant
Maria José da Silva (F), 71 y.o., born at COVILHÃ (CASTELO BRANCO),
Narrative
When
20 Century,
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography