APL 1530 Chévora (rio)
Um emir mouro e uma dama lusitana apaixonam-se e tornam-se invisíveis, para escapar a possíveis represálias. O encantamento durará até que um cavaleiro cristão se aproxime do rio onde os mesmos se encontram, numa noite de S. João, momento em que o mouro se converterá ao cristianismo e casará com a dama.
Em frente da villa d’Ouguella se lhe junta o rio Abrilongo e mais abaixo 9 kilometros o Bótova. Suas margens são quasi todas cultivadas, bellas e ferteis. É em parte orlado de frondoso arvoredo.
Proximo a este rio, na Quinta de Crastos, houve uma torre muito alta, e a respeito d’ella ha a lenda seguinte:
Moráva na tal torre, um emir sarraceno, do qual se enamorou uma dama lusitana chamada Clara Moniz, que fugiu para a torre do seu amante; mas, receando a vingança dos christãos, encantaram-se, e assim estão invisiveis, no rio, até que um cavalleiro christão lhe quebre o encanto, em uma noute de S. João; e logo o mouro se fará christão, casará com a senhora D. Clara e serão muito felizes!
- Source
- PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Portugal Antigo e Moderno , Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.tomo II, p. 293
- Place of collection
- CAMPO MAIOR, PORTALEGRE