APL 2253 [O Cinto da Moira]

Um rapaz viu uma vez um moiro estar a enterrar a filha viva para a encantar, para ficar cá, porque a não podia levar para a Moirama. D. Moira dizia certas palavras de que o meu informador já não se lembra. Deixou o rapaz ir o moiro, chegou ao pé da cova, disse as palavras, desencantou-a e casou com ela. Passado tempo foi à Moirama ver a família da mulher. Todos o trataram muito bem, e à retirada deram-lhe uma broa, que só devia ser partida ao pé da moira, e um cinto de oiro para ele o deitar à cinta dela, logo que chegasse a casa. O rapaz veio, e, ao chegar perto de casa, sentou-se à sombra de uma carvalha e, para ver que tal ficaria o cinto na mulher, cingiu-o no tronco da carvalha, para o mirar à distância.
 Apenas fez isso, a carvalha arrancou-se violentamente e fugiu para a Moirama. O que os moiros queriam lá era a filha; mas em vez de ir esta foi a carvalha.
 O rapaz chegou a casa e contou isto à mulher. Depois partiram a broa; e ao parti-la, ela desfez-se em peças de oiro.

Source
VASCONCELLOS, J. Leite de Contos Populares e Lendas II , por ordem da universidade, 1966 , p.742-743
Place of collection
BAIÃO, PORTO
Informant
Elias (M), BAIÃO (PORTO),
Narrative
When
Belief
Unsure / Uncommitted
Classifications

Bibliography